sexta-feira, 30 de maio de 2014

Aniversário da escola

Na semana de aniversário da escola, que ocorreu entre os dias 18/05/2014 à 25/05/2014, os alunos, professores e funcionários tiveram a oportunidade de conhecer e ou relembrar um pouco da história através de documentos, fotos, vídeos expostos para visitação.
No dia 23/05/2014 assistiram uma peça teatral de fantoches, seguido de um poema e um parabéns gaudério do Grêmio Estudantil.

O maravilhoso teatro de fantoches
Apresentando os personagens, Igor, Camili e a vovó Paulina

Igor – Alô, garotada!

Igor - Meu nome é Igor. Estudo na escola D. Pedro I desde 2012. Vocês sabem que nossa escola está de aniversário? Ela está completando 95 anos de história a favor da Educação. Eu vim aqui para falar para vocês um pouco desta história, mas antes vou chamar minha colega Camilly para juntos contarmos esta história.

Igor – Camilly, Camilly, Camilly, venha cá!

Camilly – Oi, Igor! me chamou? Você quer falar comigo?

Igor – Sim! Gostaria que você me ajudasse a falar para esta garotada, um pouco da história de nossa escola.

Camilly – Ok, primo! Então vamos lá! Alô garotadaaaaa!

Camilly – Me chamo Camilly, tenho 11 anos, estudo na D. Pedro I desde 2013 e estou no 7º Ano C, no turno da tarde. Igor, agora, já podemos começar.

Igor – Então tá, já estava ficando nervoso, temos muito que contar.

Camilly – Na nossa escola temos muitas salas de aula, temos atualmente 602 alunos nos turnos da manhã e da tarde, o nome da nossa diretora é Profª Vânia e a vice Profª Márcia. Temos também nossa supervisora que é a Profª Vera e a orientadora a Profº Rose. Ela é uma das professoras mais antigas da escola.

Igor -  Temos muitos professores legais, temos também funcionários dedicados e uma equipe diretiva muito boa.

Camilly – Na nossa escola tem ginásio de esporte, sala de informática, biblioteca, pracinha e um pátio pequeno para brincar.... Ah, já ia me esquecendo.

Igor – Do que, Camilly?

Camilly – Do guardinha, ele é que cuida da entrada e saída dos alunos, do pátio da escola e faz muuuitos consertos.

Igor – Camilly, vamos chamar a vovó?

Camilly – Vovó!

Igor – Vovó!

Vovó – Olá, me chamaram, meus netinhos? O que vocês querem comigo?

Igor – Vovó, você que conhece bem a história da D. Pedro conta um pouco dela para este pessoal.

Vovó – Olá pessoal! Vocês querem ouvir?

Vovó – Está bem. Então vamos prestar atenção, é uma história muuuuito bonita. Vou contar para vocês do tempo quando eu ia para a escola dos alemães que se chamava Deutsch Evangelische Schule (Escola Evangélica Alemã). Tudo começou em 1919, meu pai e mais 21 associados do nosso lugar que naquela época se chamava Picada São Bento se reuniram e formaram a Escola Evangélica Alemã. O objetivo era fazer uma escola para melhorar a condição de estudo dos seus filhos, pois as outras escolas ficavam muito longe de onde nós morávamos.  
Me lembro do nosso primeiro professor: que homem! Haaa. Ele se chamava Teobaldo Dick, sim, ele vinha todas as tardes a cavalo para a escola, ele ganhava naquela época 3.000,00 reis e mais milho e alfafa para alimentar seu cavalo, de tempos em tempos o seu salário aumentava, ele era muito valorizado.
Ahãã! Quanto a nossa escola, crianças, a nossa escola tinha apenas uma sala de aula com 10 banquinhos de madeira para 4 alunos. As aulas eram em alemão, para alunos evangélicos e de origem alemã. A aula era somente em um turno.

Camilly: Que mudança! Não consigo acreditar que nesta escola eu não poderia estudar.

Vovó:  Lá na rua havia apenas uma capunga, que era o banheiro. Cada aluno trazia sua merenda, a limpeza da sala  era a gente que fazia no final com o professor, deixava tudo arrumadinho.
Bom, muitos anos depois, no dia 31 de dezembro de 1941 a escola recebeu o  nome de Dom Pedro I. Hããã!  Nessa época nós tínhamos como professor o Seu Jacob  ....Ele nos dias de chuva já podia vir de ônibus, que alegria andar de ônibus! Sabe, havia pouca ajuda da Prefeitura, o material que nós usávamos era uma pedrinha de giz e um quadrinho onde tínhamos que escrever a lição, dar para o professor corrigir e depois apagar para usá-la de novo.  Tínhamos que aprender rapidinho o que o professor tinha ensinado e ai de quem não sabia. Ai que medo!
  Mais tarde usamos pena, um tinteiro com tinta e papel para fazermos a lição. No final do ano nossos pais e a comunidade toda, estavam lá no fundo da sala e nós tínhamos uma prova oral. O professor perguntava para cada um e se este não sabia responder a pergunta que ele queria, era reprovado de ano e ficava de castigo. Sim, era uma vergonha, e que medo  do professor, do papai e da mamãe.

Igor: Vovó, que bom que hoje o professor é nosso companheiro!

Vovó: E além de ir para a escola eu e meus irmãozinhos tínhamos que trabalhar na roça, plantar milho, aipim, tirar leite da vaca, tratar os animais e ajudar a mãe em casa.  Puxa, naquele tempo era difícil ser criança, muito difícil. Sobrava pouco tempo para brincar, não tinha nem televisão, a água que abastecia nossa escola e o nosso bairro,  vinha de um poço perto da escola, era tocado a motor.Um vizinho da escola, chamado Antonio, cedeu um terreno para preparar a horta e plantar bastante fruta.
Vocês conhecem a Escola Alberto Torres, lá no Centro?

Igor e Camilly – Nós conhecemos, vovó.

Vovó – Ela foi a primeira escola de Lajeado. Ela ajudava nossa escola, porque nós também éramos evangélicos, havia lições de civismo, de cidadania, hora cívica, versos e poesias. O professor aplicava em nós castigos físicos, a gente apanhava com varinha, com régua nas mãos e ainda a gente ajoelhava nos milho, mas o respeito pelo nosso professor era muito grande! Fazíamos piquenique, reunião de pais. Meu Deus, se os pais não mandavam seus filhinhos para a escola, eles pagavam uma multa e perdiam o direito de ser sócio e os filho não podiam estudar mais na escola.
 Graças a Deus, eu ajudava em casa e contribuía para que o pai conseguisse pagar a escola. Alguns dos meus irmãos não conseguiam estudar muito, eles tinham cabeça dura, não aprendiam bem. Eu me lembro, sabe, da 1ª professora mulher, que foi a Sra Esther ... que professora boa! Encontrar professores homens estava muito difícil. No ano de 1980 houve algumas mudanças na nossa escola, ela ganhou novo regimento e a escola então começou a chamar Escola Particular de 1º Grau Incompleto D. Pedro I e só tinha até a 5ª série. Também no ano de 1980, as nossas capungas foram substituídas por banheiros construídos pela diretoria da escola.  Que bom!  

Igor:  Vovó, por que hoje a escola se chama Escola Municipal de Ensino Fundamental D. Pedro I?

Vovó – Porque em 1994 a prefeitura assumiu as despesas com salários, água, luz, limpeza, merenda e melhoria e então ela passou a ser municipal. Quantas lembranças! Mas vocês acham que a escola mudou? Ela deu certo?

Vovó – Quem gosta de estudar aqui?

Camilly: Eu gosto muito, vovó. Participo do grupo de representantes de turma e do Projeto Liderança.  Este ano eu, meus colegas representantes e integrantes do grêmio estudantil estamos estudando os eixos para juntos, com os demais alunos da escola, opinarmos na construção do Plano Municipal de Educação.

Vovó – Está tudo tão mudado. Hoje os alunos tem a oportunidade de colaborar nas decisões da escola.

Igor: Isto é democracia!

Vovó – Já estou ficando velha, cansada, mas vou deixar aqui um conselho para vocês crianças e jovens: Estudem, valorizem seus professores, amem e cuidem de sua escola, pois um dia quem sabe, os seus filhos estudarão aqui.
Espero que a escola continue sendo este lugar de ensinamento para que vocês se tornem grandes cidadãos.

Igor: Que história de conquistas! Só nos resta homenagearmos a escola cantando com a maior alegria o ”Parabéns a Você”. Vamos lá!?

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