Na semana de aniversário da escola, que ocorreu entre os dias 18/05/2014 à 25/05/2014, os alunos, professores e funcionários tiveram a oportunidade de conhecer e ou relembrar um pouco da história através de documentos, fotos, vídeos expostos para visitação.
No dia 23/05/2014 assistiram uma peça teatral de fantoches, seguido de um poema e um parabéns gaudério do Grêmio Estudantil.
O maravilhoso teatro de fantoches
Apresentando os personagens, Igor, Camili
e a vovó Paulina
Igor – Alô, garotada!
Igor - Meu
nome é Igor. Estudo na escola D. Pedro I desde 2012. Vocês sabem que nossa
escola está de aniversário? Ela está completando 95 anos de história a favor da
Educação. Eu vim aqui para falar para vocês um pouco desta história, mas antes
vou chamar minha colega Camilly para juntos contarmos esta história.
Igor –
Camilly, Camilly, Camilly, venha cá!
Camilly –
Oi, Igor! me chamou? Você quer falar comigo?
Igor –
Sim! Gostaria que você me ajudasse a falar para esta garotada, um pouco da
história de nossa escola.
Camilly –
Ok, primo! Então vamos lá! Alô garotadaaaaa!
Camilly
–
Me chamo Camilly, tenho 11 anos, estudo na D. Pedro I desde 2013 e estou no 7º
Ano C, no turno da tarde. Igor, agora, já podemos começar.
Igor –
Então tá, já estava ficando nervoso, temos muito que contar.
Camilly –
Na nossa escola temos muitas salas de aula, temos atualmente 602 alunos nos
turnos da manhã e da tarde, o nome da nossa diretora é Profª Vânia e a vice
Profª Márcia. Temos também nossa supervisora que é a Profª Vera e a orientadora
a Profº Rose. Ela é uma das professoras mais antigas da escola.
Igor
- Temos muitos professores legais, temos também
funcionários dedicados e uma equipe diretiva muito boa.
Camilly –
Na nossa escola tem ginásio de esporte, sala de informática, biblioteca,
pracinha e um pátio pequeno para brincar.... Ah, já ia me esquecendo.
Igor –
Do que, Camilly?
Camilly –
Do guardinha, ele é que cuida da entrada e saída dos alunos, do pátio da escola
e faz muuuitos consertos.
Igor –
Camilly, vamos chamar a vovó?
Camilly –
Vovó!
Igor –
Vovó!
Vovó –
Olá, me chamaram, meus netinhos? O que vocês querem comigo?
Igor
–
Vovó, você que conhece bem a história da D. Pedro conta um pouco dela para este
pessoal.
Vovó –
Olá pessoal! Vocês querem ouvir?
Vovó
–
Está bem. Então vamos prestar atenção, é uma história muuuuito bonita. Vou
contar para vocês do tempo quando eu ia para a escola dos alemães que se
chamava Deutsch Evangelische Schule (Escola Evangélica Alemã). Tudo começou em 1919,
meu pai e mais 21 associados do nosso lugar que naquela época se chamava Picada
São Bento se reuniram e formaram a Escola Evangélica Alemã. O objetivo era
fazer uma escola para melhorar a condição de estudo dos seus filhos, pois as
outras escolas ficavam muito longe de onde nós morávamos.
Me
lembro do nosso primeiro professor: que homem! Haaa. Ele se chamava Teobaldo
Dick, sim, ele vinha todas as tardes a cavalo para a escola, ele ganhava
naquela época 3.000,00 reis e mais milho e alfafa para alimentar seu cavalo, de
tempos em tempos o seu salário aumentava, ele era muito valorizado.
Ahãã!
Quanto a nossa escola, crianças, a nossa escola tinha apenas uma sala de aula
com 10 banquinhos de madeira para 4 alunos. As aulas eram em alemão, para
alunos evangélicos e de origem alemã. A aula era somente em um turno.
Camilly:
Que
mudança! Não consigo acreditar que nesta escola eu não poderia estudar.
Vovó: Lá na rua havia apenas uma capunga, que era o
banheiro. Cada aluno trazia sua merenda, a limpeza da sala era a gente que fazia no final com o professor,
deixava tudo arrumadinho.
Bom,
muitos anos depois, no dia 31 de dezembro de 1941 a escola recebeu o nome de Dom Pedro I. Hããã! Nessa época nós tínhamos como professor o Seu
Jacob ....Ele nos dias de chuva já podia
vir de ônibus, que alegria andar de ônibus! Sabe, havia pouca ajuda da
Prefeitura, o material que nós usávamos era uma pedrinha de giz e um quadrinho
onde tínhamos que escrever a lição, dar para o professor corrigir e depois
apagar para usá-la de novo. Tínhamos que
aprender rapidinho o que o professor tinha ensinado e ai de quem não sabia. Ai
que medo!
Mais tarde usamos pena, um tinteiro com tinta
e papel para fazermos a lição. No final do ano nossos pais e a comunidade toda,
estavam lá no fundo da sala e nós tínhamos uma prova oral. O professor
perguntava para cada um e se este não sabia responder a pergunta que ele queria,
era reprovado de ano e ficava de castigo. Sim, era uma vergonha, e que medo do professor, do papai e da mamãe.
Igor:
Vovó,
que bom que hoje o professor é nosso companheiro!
Vovó: E
além de ir para a escola eu e meus irmãozinhos tínhamos que trabalhar na roça,
plantar milho, aipim, tirar leite da vaca, tratar os animais e ajudar a mãe em
casa. Puxa, naquele tempo era difícil
ser criança, muito difícil. Sobrava pouco tempo para brincar, não tinha nem
televisão, a água que abastecia nossa escola e o nosso bairro, vinha de um poço perto da escola, era tocado
a motor.Um vizinho da escola, chamado Antonio, cedeu um terreno para preparar a
horta e plantar bastante fruta.
Vocês
conhecem a Escola Alberto Torres, lá no Centro?
Igor
e Camilly – Nós conhecemos, vovó.
Vovó – Ela
foi a primeira escola de Lajeado. Ela ajudava nossa escola, porque nós também éramos
evangélicos, havia lições de civismo, de cidadania, hora cívica, versos e
poesias. O professor aplicava em nós castigos físicos, a gente apanhava com
varinha, com régua nas mãos e ainda a gente ajoelhava nos milho, mas o respeito
pelo nosso professor era muito grande! Fazíamos piquenique, reunião de pais. Meu
Deus, se os pais não mandavam seus filhinhos para a escola, eles pagavam uma
multa e perdiam o direito de ser sócio e os filho não podiam estudar mais na escola.
Graças a Deus, eu ajudava em casa e contribuía
para que o pai conseguisse pagar a escola. Alguns dos meus irmãos não conseguiam
estudar muito, eles tinham cabeça dura, não aprendiam bem. Eu me lembro, sabe,
da 1ª professora mulher, que foi a Sra Esther ... que professora boa! Encontrar
professores homens estava muito difícil. No ano de 1980 houve algumas mudanças
na nossa escola, ela ganhou novo regimento e a escola então começou a chamar
Escola Particular de 1º Grau Incompleto D. Pedro I e só tinha até a 5ª série.
Também no ano de 1980, as nossas capungas foram substituídas por banheiros construídos
pela diretoria da escola. Que bom!
Igor: Vovó, por que hoje a escola se chama Escola
Municipal de Ensino Fundamental D. Pedro I?
Vovó – Porque
em 1994 a prefeitura assumiu as despesas com salários, água, luz, limpeza,
merenda e melhoria e então ela passou a ser municipal. Quantas lembranças! Mas
vocês acham que a escola mudou? Ela deu certo?
Vovó
–
Quem gosta de estudar aqui?
Camilly: Eu
gosto muito, vovó. Participo do grupo de representantes de turma e do Projeto
Liderança. Este ano eu, meus colegas
representantes e integrantes do grêmio estudantil estamos estudando os eixos
para juntos, com os demais alunos da escola, opinarmos na construção do Plano
Municipal de Educação.
Vovó
–
Está tudo tão mudado. Hoje os alunos tem a oportunidade de colaborar nas
decisões da escola.
Igor:
Isto é democracia!
Vovó
–
Já estou ficando velha, cansada, mas vou deixar aqui um conselho para vocês
crianças e jovens: Estudem, valorizem seus professores, amem e cuidem de sua
escola, pois um dia quem sabe, os seus filhos estudarão aqui.
Espero
que a escola continue sendo este lugar de ensinamento para que vocês se tornem grandes
cidadãos.
Igor: Que
história de conquistas! Só nos resta homenagearmos a escola cantando com a
maior alegria o ”Parabéns a Você”. Vamos lá!?